Portugal é um dos países da União Europeia (UE) onde as pessoas vão menos a consultas médicas e aquele onde claramente se vai menos ao dentista.
Os dados são divulgados pelo Eurostat, o gabinete estatístico europeu, e referem-se a 2014 em quase toda a Europa, mas os últimos números disponíveis em Bruxelas sobre Portugal dizem respeito, apenas, a 2012, apesar de os especialistas garantirem que de lá para cá não mudaram muito.
Em média, os portugueses vão a 4 consultas por ano com um médico, o terceiro valor mais baixo da UE, apenas acima de Chipre (2) e da Suécia (2,9). Muito longe das 11 a 12 consultas por ano dos holandeses, dos checos, dos eslovacos ou dos alemães, bem como das 8 dos vizinhos espanhóis.
Quanto aos dentistas, a recomendação é que qualquer pessoa os visite duas vezes por ano. Mas em Portugal a média oficial registada nas estatísticas da União Europeia é 0,05 vezes por ano por português, número que se mantém inalterado de 2008 a 2012.
Mesmo em Chipre e na Roménia, o segundo e terceiro países da UE com menos consultas no dentista, os números são muito superiores a Portugal: respetivamente, 0,13 e 0,4.
No outro extremo, a Holanda (2,6) e a República Checa (1,9) são os países onde as pessoas mais vezes se sentam na cadeira do dentista.
O "calcanhar de Aquiles" da saúde portuguesa
O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas confessa à TSF que não fica nada surpreendido com os números portugueses no Eurostat que apesar de referentes a 2012 não se alteraram nada pois o país passou por uma crise que afastou as pessoas, ainda mais, do dentista.
Orlando Monteiro da Silva lamenta que os dados disponibilizados por Portugal a Bruxelas não sejam mais recentes e sublinha que o último estudo que fizeram na Ordem, em 2015, mostra que o acesso à saúde oral até piorou nos anos de crise.
Orlando Monteiro da Silva desafia qualquer pessoa a procurar um dentista num centro de saúde e lamenta que o cheque dentista só ajude as crianças.
Também o bastonário da Ordem dos Médicos lamenta a falta de acesso no serviço público à saúde oral, nomeadamente nos centros de saúde, recordando que não há boa saúde sem boa saúde oral.
Poucas consultas no médico justificam recurso às urgências
Quanto ao baixo número de consultas nos médicos em geral, José Manuel Silva acredita que nos últimos anos a situação melhorou um pouco, sobretudo porque há mais portugueses com médico de família.
O bastonário sublinha, aliás, que são estes baixos números e o pouco acesso a médicos dos cuidados primários ou das especialidades que justificam que os portugueses acabem, com demasiada frequência, por não ter outra alternativa se não ir às urgências.
José Manuel Silva afirma ainda que os portugueses são os que mais recorrem, na OCDE, às urgências, o que ajuda a provar, também, que não é por não precisarem que não vão mais vezes ao médico.
Fonte
TSF
Os dados são divulgados pelo Eurostat, o gabinete estatístico europeu, e referem-se a 2014 em quase toda a Europa, mas os últimos números disponíveis em Bruxelas sobre Portugal dizem respeito, apenas, a 2012, apesar de os especialistas garantirem que de lá para cá não mudaram muito.
Em média, os portugueses vão a 4 consultas por ano com um médico, o terceiro valor mais baixo da UE, apenas acima de Chipre (2) e da Suécia (2,9). Muito longe das 11 a 12 consultas por ano dos holandeses, dos checos, dos eslovacos ou dos alemães, bem como das 8 dos vizinhos espanhóis.
Quanto aos dentistas, a recomendação é que qualquer pessoa os visite duas vezes por ano. Mas em Portugal a média oficial registada nas estatísticas da União Europeia é 0,05 vezes por ano por português, número que se mantém inalterado de 2008 a 2012.
Mesmo em Chipre e na Roménia, o segundo e terceiro países da UE com menos consultas no dentista, os números são muito superiores a Portugal: respetivamente, 0,13 e 0,4.
No outro extremo, a Holanda (2,6) e a República Checa (1,9) são os países onde as pessoas mais vezes se sentam na cadeira do dentista.
O "calcanhar de Aquiles" da saúde portuguesa
O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas confessa à TSF que não fica nada surpreendido com os números portugueses no Eurostat que apesar de referentes a 2012 não se alteraram nada pois o país passou por uma crise que afastou as pessoas, ainda mais, do dentista.
Orlando Monteiro da Silva lamenta que os dados disponibilizados por Portugal a Bruxelas não sejam mais recentes e sublinha que o último estudo que fizeram na Ordem, em 2015, mostra que o acesso à saúde oral até piorou nos anos de crise.
Orlando Monteiro da Silva desafia qualquer pessoa a procurar um dentista num centro de saúde e lamenta que o cheque dentista só ajude as crianças.
Também o bastonário da Ordem dos Médicos lamenta a falta de acesso no serviço público à saúde oral, nomeadamente nos centros de saúde, recordando que não há boa saúde sem boa saúde oral.
Poucas consultas no médico justificam recurso às urgências
Quanto ao baixo número de consultas nos médicos em geral, José Manuel Silva acredita que nos últimos anos a situação melhorou um pouco, sobretudo porque há mais portugueses com médico de família.
O bastonário sublinha, aliás, que são estes baixos números e o pouco acesso a médicos dos cuidados primários ou das especialidades que justificam que os portugueses acabem, com demasiada frequência, por não ter outra alternativa se não ir às urgências.
José Manuel Silva afirma ainda que os portugueses são os que mais recorrem, na OCDE, às urgências, o que ajuda a provar, também, que não é por não precisarem que não vão mais vezes ao médico.
Fonte
TSF